terça-feira, 12 de junho de 2012

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No final de 1938, o editor Vin Sullivan começou a pedir a todos os artistas de sua editora novos personagens como o "Superman", o grande sucesso daquele ano. Principalmente um que fosse uma mistura de policial com super-herói, para ser encaixado como estrela da revista "Detective Comics". Bob Kane, que já vinha colaborando com Sullivan, também tinha idéia semelhante. Numa sexta-feira do início de 1939, Sullivan contou-lhe sobre Superman e disse que seus autores, Siegel e Shuster, em breve ficariam ricos com a historieta. Kane respondeu que voltaria na segunda com o novo personagem. Inspirado nos filmes de "gangsters", nas tiras de "Dick Tracy", nos pulps do "Sombra", no "Zorro" e na fita "The bat", Kane criou um novo super-herói: "The Bat-Man".

Após os esboços iniciais, Kane levou a figura fantasiada ao amigo Bill Finger. Este sugeriu que eliminasse as asas, substituindo-as por uma capa com a bainha recortada em forma de asas de morcego. Finger sugeriu também que o personagem usasse luvas, para não deixar digitais. Após várias mudanças feitas pelos dois autores, o Homem-Morcego finalmente estreiou no no. 27 de "Detective Comics", em 1939.

Com o passar do tempo, "The Bat-Man" foi simplificado para "Batman", as pequenas luvas roxas passaram a ser pretas e longas, ao contrário das botas, que encurtaram. A origem, revelada aos leitores meses depois, lembra a de "Tracy": o menino Bruce Wayne vê os pais serem assassinados na rua por um assaltante. Revoltado, ele cresce treinando seu corpo e mente para combater o crime. Ao invés de se tornar um tira, como Tracy, se transforma num vigilante mascarado.

As primeiras HQs do herói são violentas, com o Cruzado de Capa não pestanejando quando decide usar armas de fogo. Esse aspecto foi minimizado em 1940, quando ele ganha um parceiro-mirim: Robin, o Menino-Prodígio. Assim como ele, Robin também teve os pais, trapezistas de circo, assassinados por criminosos covardes. Batman se identifica com o garoto e aceita treiná-lo para combater os gangsters que mataram seus pais.

Kane, Finger, Gardner Fox, Jerry Robinson e outros autores posteriores introduziram vários personagens coadjuvantes na historieta (e em suas versões para o rádio, cinema e TV), ao longo dos anos: o Comissário Gordon, presente desde a estréia da série; o fiel mordomo inglês Alfred; a noiva de Bruce, Julie Madison; a tia de Dick, Harriet Cooper; Bat-Mirim, um duende de outra dimensão, fã de carteirinha do herói; o hilário Chefe O'Hara, da polícia de Gotham City; Lucius Fox, executivo braço-direito de Bruce na Fundação Wayne.

Assim como em "Dick Tracy", Batman também tem sua galeria de vilões: a Mulher-Gato, que tem uma relação ambígua com o herói; Coringa, o palhaço do Crime; o Charada, cujo crime não tem graça para ele a não ser quando desafia o Cruzado Embuçado; Pinguim, fanático por guardas-chuvas e aves; Duas-Caras, o ex-promotor público que se voltou para o crime; Espantalho, mestre em provocar fobias em seus inimigos; Mr. Freeze, cientista especializado em criogenia; Rãs Al Ghun, líder de uma organização criminosa internacional que quer o herói como genro; além de outros malucos.

Para combatê-los, Kane, Finger e cia. deram à sua criação, aos poucos, uma série de material bélico: a Bat-Caverna, o esconderijo do herói, situada abaixo de sua casa, a Mansão Wayne (no início, ele morava num apartamento); o Bat-Móvel, um arsenal sobre rodas; o cinto de utilidades, cheio de compartimentos que armazenavam uma pequena e resistente corda, um bumerangue ("batarangue"), cápsulas de gás, bombas-bolinhas de cortina de fumaça; lâminas etc. etc. Uma mudança feita pelos autores foi a cidade onde Batman atua: no início, o nome do local não era revelado: Batman estava sempre "na cidade". Depois, ficou estabelecido que essa cidade era Nova York. Por fim, achou-se melhor o herói atuar na fictícia Gotham City.

- Antônio Luiz Ribeiro

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