Foi de surpresa. Despretensioso. E completamente espontâneo. Assim, munido dos mesmos sentimentos usados por Gabrieli Van Oudheusden Medeiros há nove dias, Hernán Barcos realizou o sonho da menina que comoveu o Rio Grande do Sul ao imitar a tradicional comemoração do argentino enquanto trava luta contra a leucemia. O atacante do Grêmio aproveitou a folga neste domingo, após a vitória sobre o Lajeadense, e visitou a Piratinha no Hospital Universitário de Santa Maria.
Barcos chegou no início da tarde ao hospital. E não foi sozinho. Levou sua mulher e os dois filhos. Discreto, pediu para a imprensa não participar do evento. Depois, comentou sobre o encontro em sua página do Facebook e torceu pela rápida recuperação da fã.
- Eu que tenho que agradecer, minha piratinha. Muito obrigado pelo encontro de hoje, Gabi. Em breve, você estará de volta em casa.
O encontro coroou uma série de ações promovidas por Barcos desde que leu a história de Gabrieli no GLOBOESPORTE.COM , no último dia 8.
Começou postando mensagens de apoio, a chamando de "guerreira", em seu perfil oficial no Facebook. No mesmo dia, providenciou o envio de um uniforme completo e autografado. No sábado, o pai de Gabrieli publicou um vídeo em que a Piratinha pedia a visita do ídolo (assista ao lado) . Um dia depois, enfim, o momento mais esperado para a garota de apenas três anos.
Desde o dia da vitória por 4 a 1 sobre o Caracas, a imagem da torcedora comoveu gremistas. Foram mais de 4 mil compartilhamentos e cerca de 10 mil 'curtidas'.
Gabrieli imita Barcos, do Grêmio
Doença começou há oito meses
Em abril de 2012, com apenas dois anos, Gabrieli foi diagnosticada com Leucemia Linfóide Aguda. Severa, a doença necessitava de um combate rápido, porém duradouro. Foram 47 dias sem sair do hospital. Várias sessões de quimioterapia e medicação forte. Mas o então bebê reagiu muito bem ao tratamento e praticamente conseguiu eliminar a doença do organismo.
Com o passar do tempo, as incursões ao hospital começaram a diminuir. Depois do combate inicial, ela passou a ficar 20 dias em Santa Maria e outros cinco em casa. Hoje, ela está em fase final de mais um ciclo que, ao se encerrar, possibilitará a menina permanecer 21 dias em São Sepé para só depois realizar um monitoramento de rotina na cidade vizinha.
A esperança do pai Norival de Souza Medeiros e da mãe Cristiéli Rangel Van Oudheusden, donos de um pequeno comércio na cidade de 23 mil habitantes, é que, em outubro de 2014, quando o tratamento termina, a doença desapareça por completo. Quando isso acontecer, surge uma nova meta para Gabrieli.
- O nosso sonho é levá-la na Arena. Mas, para isso, ela tem que estar um pouco mais forte. Se Deus quiser, isso vai acontecer e ela ainda verá um gol do Barcos ao vivo.